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Carlos Bordin - Coluna: Gargalos de produção

Gargalos de Produção 

Um sistema de produção industrial é composto por várias etapas e processo, tais como: compra de matéria prima, manufatura, embalagem, estocagem, controle de qualidade e, finalmente, vendas.

As pontas do sistema de produção são: a entrada dos recursos que serão transformados, iniciando pela compra da matéria prima, o que chamaremos de input. A outra ponta é o output, ou seja, a venda dos produtos acabados ao consumidor final.

Os "gargalos" são todos os pontos dentro de um sistema industrial que limitam a capacidade final de produção, ou seja: Um gargalo é qualquer recurso cuja capacidade é igual ou menor que a demanda imposta a ele.

E por capacidade final de produção devemos entender a quantidade de produtos disponibilizados ao consumidor final em um determinado intervalo de tempo.

Para exemplificar, imaginemos uma indústria cujo setor de manufatura tenha capacidade para produzir mil unidades por hora de um determinado produto. Se o setor de embalagem dessa mesma indústria for capaz de embalar apenas oitocentas unidades por hora, teremos aí um gargalo, uma vez que a linha de produção não poderá trabalhar com sua capacidade total, pois o setor seguinte não é capaz de embalar todas as peças. Ou então, caso a produção das mil unidades seja mantida, será necessário estocar produtos não embalados, o que significará custos para a empresa.

Assim, temos que ter em mente que as unidades passam por diversos processos, e elas não podem passar para o processo seguinte sem que o processo anterior tenha sido completado.

Há ainda outro tipo de gargalo que nem sempre é identificado. Trata-se do gargalo no atendimento ao cliente. Este é o mais grave, pois está localizado na saída do sistema, justamente nas vendas.

Já vimos que um gargalo gera ociosidade de uma ou mais partes de um sistema, o que adiciona a cada unidade dos produtos maior parcela dos custos fixos.

O maior nível de ociosidade ocorre quando o gargalo se localiza próximo à entrada, ou seja, no início da produção, pois todas as fases seguintes do sistema ficam comprometidas. Por outro lado a ociosidade do sistema pode não ser o mais grave. Na verdade, quanto mais próximo da saída, mais prejudicial ela será. Isto porque, avançando dentro do sistema produtivo, teremos também a agregação dos custos variáveis, ou seja, aqueles que só existem com a produção. Neste caso, o bem foi produzido, houve gasto de matéria prima, adição de mão-de-obra e outros recursos, mas, devido ao gargalo na saída, não houve geração de receita com a venda. Logo, temos que entender que os gargalos não são ruins ou bons, eles são uma realidade, e deve ser analisados e usados para controlar o fluxo do sistema até a saída e assim tentar reduzir os custos.

Penso que se houver restrições na saída dos produtos, não haverá entrada de receita e assim, de nada adiantará produzir se não houver suficiente fluxo de saída desta.

A existência destes gargalos não está limitado apenas ao setor industrial. Na verdade, todos os estabelecimentos comerciais, serviços e assim por diante, costumam sofrer fortemente os efeitos dos gargalos, neste caso, no atendimento.

Nem sempre é fácil localizar gargalos. E mais difícil ainda é eliminá-los. Ainda mais quando houver vários deles combinados dentro do sistema produtivo. Solucionar o problema, no entanto, é crucial para manter a competitividade da empresa.

O auxílio de um Especialista nesse momento pode ajudar bastante. Esse profissional será capaz de olhar toda a estrutura com uma visão sistêmica de todo o processo, observando-o por uma ótica externa, o que evitará a utilização de soluções caseiras, que geralmente costumam se mostrar ineficazes e, por vezes, desastrosas.



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Diversos 19/10