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Antonio Lopes - Crônica 347 - O que fazer com o medo?

Emoção básica do ser humano, desenvolvida como um mecanismo instintual de defesa e sobrevivência, o medo tem o propósito de sinalizar um perigo eminente e nos prepara para a fuga ou enfrentamento de uma possível agressão física, moral ou espiritual.

As manchetes que divulgam as atrocidades das loucuras humanas na disputa incessante pelo poder, oprime as pessoas que ficam desorientadas, sem a perspectiva de um futuro de harmonia social. A tecnologia dos telefones celulares, poluída por vídeos e notícias criadas, apavoram e estimulam ainda mais a insegurança, com um infindável bombardeio de destruição da razão e do equilíbrio mental necessário para qualquer pessoa.

Algumas crenças e religiões se prevalecem do medo para dominar e explorar o ser humano, exigindo submissão e retribuição financeira que as enriquecem em nome de um deus que julga e condena ao sofrimento eterno.

Os grupos de WhatsApp proliferam com inutilidades e futilidades, levando a um vício compulsivo de comunicação descontrolada que semeia a discórdia, provocando um compromisso involuntário em ver e ouvir as mensagens que a todo instante pipocam nos aparelhos eletrônicos.

Nos grupos familiares, se alguém deixa de ler ou atender para depois fazer algum comentário, passa a ser recriminado como um desagregado, e é taxado de egoísta e individualista, recebendo para si uma carga de culpa e afetos agressivos.

Tudo isso estimula o medo e pode se transformar em pânico, resultando num estresse constante que tem afetado grande parte da população, que se escraviza no consumismo e contamina a qualidade de vida.

Podemos observar que uma tomada de decisão motivada pelo medo culmina em ações impensadas que prejudicam o indivíduo, levando-o a buscar uma dependência emocional para sobreviver e, assim se alimentam de psicotrópicos, calmantes, álcool e outras drogas, tornando-se adictos de um falso prazer.

Para se alcançar uma vida saudável é necessário aprender a utilizar o medo como importante instrumento de defesa pessoal e entender que a nossa estrutura da psique pode ser desenvolvida para concluir com melhores resultados pessoais e familiares. O medo influencia nossas escolhas e algumas vezes é necessário ousar e ir em frente, mesmo com medo e quando o vencemos, nosso ego se sente satisfeito, corajoso e vencedor.

Quando o ego está fragilizado, procurar entidades sérias e profissionais especializados em trabalhar um sentido da vida, poderá proporcionar a melhor forma de superar as adversidades que nos bombardeiam constantemente.



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Diversos 12/04