Mais de 900 alunos foram contemplados com a circulação do Projeto Baobá em Itajaí
Espetáculo “Angola”, que reúne lendas africanas e memórias da imigração angolana, percorreu quatro escolas da Rede Municipal

O projeto “Circulação Baobá – Histórias de Itajaí” contemplou mais de 900 estudantes da Rede Municipal de Ensino em setembro. O espetáculo “Angola” foi apresentado em oito sessões, entre os dias 2 e 12 deste mês, realizadas em quatro escolas da cidade: CAIC Centro Educacional Prof. Cacildo Romagnani (Cidade Nova), Escola Básica Professora Maria Rosa Heleno Schulte (Espinheiros), Escola Básica Professora Maria José Hülse Peixoto (Murta) e Escola de Campo Maria do Carmo Vieira (Baía).

Criado e interpretado por Mariana Feitosa, o espetáculo apresenta lendas angolanas e a história da imigração de famílias que chegaram a Itajaí na década de 1970, fugindo da guerra civil em Angola. Mais do que memória, a proposta traz reflexões sobre coragem, ancestralidade e a contribuição da cultura africana na formação da cidade.

“As crianças que assistiram ao espetáculo agora conhecem algumas lendas angolanas e uma nova história de Itajaí. Espero que esta participação e escuta seja motivo de inspiração e de coragem quando elas precisarem”, destaca a atriz e produtora Mariana Feitosa, idealizadora do projeto.

A experiência foi igualmente significativa para a comunidade escolar. Gabriela Alves Nunes, diretora da Escola Professora Maria Rosa Heleno Schulte, sintetizou o impacto da iniciativa: “Foi uma experiência enriquecedora. O espetáculo despertou curiosidade, encantamento e respeito nos alunos, ao mesmo tempo em que valorizou a ancestralidade negra por meio da tradição oral. Também mostrou aos professores como a arte pode dialogar com a educação e fortalecer valores como diversidade, identidade e pertencimento”.

Na Escola Básica Professora Maria José Hülse Peixoto, a diretora Lucilene Perini destacou o envolvimento dos alunos e professores: “É incrível quando a gente recebe contações de histórias, espetáculos, tudo que envolve arte. A gente sabe que é uma questão legal o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, mas é muito mais gostoso quando os ensinamentos vêm de formas diferentes, com instrumentos e pessoas que não fazem parte do dia a dia das crianças. Houve um envolvimento e encantamento geral do grupo”.

A circulação do projeto consolida o Baobá como um espaço de diálogo entre arte, memória e educação, e busca reforçar a importância de iniciativas culturais que ampliam repertórios e promovem a diversidade desde a infância.

Esta circulação é uma realização da IZÔ Cultura e foi viabilizada com patrocínio do Porto de Itajaí, da Autoridade Portuária do Porto de Santos, do Ministério dos Portos e Aeroportos e do Governo Federal.

Fotos: Jailson Vexani - Evidência Videoprodutora

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Natália Uriarte Vieira
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Jornalista | DRT 03085 JP