Alerta da Anvisa sobre glitter de plástico em alimentos reforça a importância de escolhas conscientes
Especialista da Univali explica os riscos do consumo de microplásticos e orienta consumidores e fabricantes sobre segurança alimentar
A Universidade do Vale do Itajaí (Univali) destaca a relevância do recente alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o uso de glitter de plástico em alimentos. Embora o material não seja oficialmente proibido, a ingestão de partículas plásticas pode representar riscos sérios à saúde.
“Plásticos ingeridos, mesmo em pequenas quantidades, podem acumular-se no organismo e causar inflamações, alterações no metabolismo e potencial interferência no sistema imunológico ao longo do tempo”, explica a professora Cinthia Lira Sant’Ana, farmacêutica responsável pela Farmácia Escola da Univali e docente do curso de Farmácia da universidade.
O episódio reacendeu o debate sobre a leitura e a interpretação dos rótulos dos alimentos, etapa essencial para garantir escolhas seguras. Segundo a professora Cinthia, “apesar de existir uma legislação que determina que todos os componentes de um produto constem no rótulo, há dificuldade de interpretação por parte da população, já que diversos aditivos aparecem identificados apenas por siglas”, explica.
Ela lembra ainda que nem todas as substâncias adicionadas aos alimentos, mesmo aquelas com reconhecida toxicidade, são proibidas no Brasil. Por isso, recomenda priorizar alimentos com o mínimo possível de aditivos, “preferencialmente sem corantes, ainda que esses elementos tornem os produtos mais atrativos, especialmente para o público infantil”, observa.
O alerta da Anvisa também é um chamado para fabricantes e confeiteiros artesanais, que devem redobrar a atenção à procedência e à composição dos produtos utilizados. Mesmo alimentos produzidos em casa ou em pequenas confeitarias, que se apresentam como comestíveis, podem conter microplásticos ou ingredientes não autorizados. “Informação correta, conhecimento das normas e atenção aos ingredientes garantem a segurança do consumidor e fortalecem a prática de produção consciente”, reforça a professora.
A especialista da Univali ressalta que as escolhas conscientes vão além do que consumimos: envolvem também os materiais usados para preparar, decorar e armazenar alimentos. Utensílios e embalagens plásticas inadequadas podem liberar partículas que chegam à comida e, consequentemente, ao organismo.
“O cuidado com a alimentação deve se estender a cada etapa, da escolha dos ingredientes aos utensílios e formas de armazenamento. Ler rótulos, usar produtos certificados e optar por materiais seguros é proteger a saúde hoje e no futuro”, conclui Cinthia.
Glitter ou plástico? Entenda o alerta
O alerta da Anvisa foi emitido após o influenciador Dario Centurione, do perfil Almanaque SOS, denunciar em suas redes sociais que alguns glitters vendidos como "comestíveis" eram, na verdade, compostos por polipropileno (PP) micronizado, um tipo de plástico não autorizado para consumo humano. Centurione revelou que, ao adquirir esses produtos, constatou que a composição indicada nas embalagens era exclusivamente de PP, material utilizado em embalagens plásticas, mas não aprovado para uso em alimentos.
A denúncia ganhou ampla repercussão na imprensa e nas redes sociais, com vídeos do influenciador alcançando mais de 500 mil visualizações no TikTok e cerca de 3 milhões no Instagram. Esse engajamento levou a Anvisa a se manifestar oficialmente, reforçando que glitters e pós decorativos contendo PP micronizado não são permitidos em alimentos, mesmo que vendidos como comestíveis. A agência esclareceu que esses materiais só podem ser utilizados em objetos decorativos não comestíveis, como cenários para festas.
Para denúncias sobre produtos alimentícios que contenham plásticos ou outros materiais não autorizados, entre em contato com a Anvisa ou com o órgão de vigilância sanitária local. Informações sobre aditivos alimentares autorizados podem ser consultadas em: https://www.gov.br/anvisa/
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Glitter: plástico x comestível |
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Glitter de plástico |
Glitter comestível |
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· Feito de polietileno, polipropileno ou PVC. |
· Produzido a partir de açúcares, amidos, goma arábica ou corantes autorizados para alimentos. |
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· Não é comestível e não deve entrar em contato com alimentos. |
· Seguro para consumo humano. |
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· Risco: ingestão de microplásticos que podem se acumular no organismo e causar efeitos inflamatórios e metabólicos ao longo do tempo. |
· Usado em confeitaria profissional ou doméstica para decorar bolos, doces e sobremesas. |
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Dica: sempre verificar o rótulo e confirmar se o produto é certificado como comestível antes de usar em alimentos. |
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Cristina Teresa Santos
Assessoria de Imprensa
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