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Antonio Lopes - Crônica 363 - Insônia e a ansiedade

Estudos da Organização Mundial da Saúde – OMS – estimam que o distúrbio do sono atinge 40% da população brasileira. A modernidade, que nos conecta 24 horas, pode atrapalhar o repouso noturno. No uso exagerado dessa evolução se encontram o estresse noturno, a pressa, as dificuldades discutidas no seio familiar, os desejos reprimidos, as notícias avassaladoras, os jogos eletrônicos, o medo que domina o ambiente e outras situações carregadas de afetos, que alteram o nosso relógio biológico, resultando na perda significativa do sono

Os estudos do sono, realizados pelas universidades de Oxford, Cambridge, Harvard e Manchester, chegaram à conclusão que dormimos, em média, duas horas a menos por noite do que há 60 anos. Antigamente o bom sono era de 9 horas ao dia, hoje a média é de 7 horas. Ficamos ligados a tudo o tempo todo e, com isso, não queremos perder tempo dormindo, ignorando a importância de boas horas de sono. Algumas pessoas ficam satisfeitas com cinco horas bem dormidas, outras necessitam de 10 horas.

Alguns dormem apenas três horas e acordam precisando exercer alguma atividade e, quando conseguem dormir mais de 6 horas, ficam com sentimento de culpa. Não só a quantidade de horas é importante, mas também a qualidade. O sono é importante para o relaxamento muscular, recuperação das energias consumidas durante o dia e regeneração celular, o que contribui para o equilíbrio do humor necessário para as atividades diárias.

A ansiedade, companheira da insônia, faz parte de mecanismos de defesa do ser humano, e sinaliza que alguma coisa diferente poderá acontecer, liberando pensamentos perturbadores sem que haja solução a ser tomada, diante da confusão mental. Pensar é saudável, mas pensar obsessivamente, sem gerenciamento, é como uma bomba atômica para a saúde psíquica e para a mente livre e criativa.

Acompanhar o ritmo moderno, cuidar da casa, administrar as contas, organizar o trabalho ou os estudos, enfrentar as discussões dos problemas na família, multitarefas que parecem intermináveis e dificuldades com as quais não sabemos lidar, canalizam para o estabelecimento de uma aflição que não permite o relaxamento necessário para o estabelecimento do precioso sono.

Assim se acumulam noites ansiosas de insônia, prejudicando a qualidade de vida, resultando em doenças inexplicáveis que só poderão ser tratadas com terapias adequadas para a descarga das tensões mentais e físicas. Isso pode ser alcançado com exercícios respiratórios e atividades físicas, como natação, caminhadas, ciclismo, alongamentos e principalmente com sessões de Psicanálise, que permitirão a organização das atividades emocionais, indispensáveis para se obter o domínio dos pensamentos e equilíbrio do ego.

Tanto em crianças como em adultos, podem surgir dor de cabeça, falta de ar, dores no peito, dores nas costas, tristeza e crises de choro, resultando em cansaço, dificuldade de locomoção, excesso de energia e palpitações. As crianças ansiosas estão preocupadas com o julgamento de terceiros em relação ao seu desempenho, necessitando que sejam renovadas em sua confiança e tranquilidade. Se não tratada no início, a ansiedade que perturba o sono pode se tornar uma doença séria, com sintomas psíquicos, físicos e quadros psicóticos.



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Diversos 16/08