BODAS DE PRATA
1.
O casamento
Sempre foi, sempre será,
e sempre vai ser embasado
no ciúmes.
Se não o fosse,
porque
precisaria de uma aliança
para certificar a união?
porque a esperança não seria
[simplesmente
construída
pela intenção
de amar?
Porque?porque meu par?
Porque queres casar
quando há muito mais
[a se
aproveitar
da vida?
Porque queres tocar nessa ferida,
há tempos
adormecida,
e esquecida
por você?
porque queres me ver estender
minha mão,
[e em tua
colocar uma
aliança,
em vão?
pra não ter medo da
traição?
para firmar
à esta
União?
Não!
eu digo: não,
não serei tolo
de ao foro
ir,
retirar a liberdade
[que “deus” me deu;
não irei,
deu
dessa loucura.
2.
não há jura
de amor que me faça
sentir a dor
que eu sinto
[dissolver,
não há pessoa, não há
ninguém…
ninguém;
de tanto
suar
suei
tão bem
que
ninguém
existe
[pra limpar
o meu suor.
tenha dó!
de mim,
ó, poderoso serafim.
assim, não vá fazê-lo
com zelo
[o suficiente
para a gente
não conseguir;
apenas me acerte com dó,
mas sem piedade
para que a verdade seja -
esteja -
à mostra…
e o seu filho encosta,
mais uma vez,
no teu colo.
e pede
con-
solo
para mais uma noite mal dormida.
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Diversos 16/05